quinta-feira, 20 de junho de 2013

PM descarta uso de bala de borracha e spray de pimenta em Teresina

Manifestação tem cunho pacífico, garantem organizadores


Nada de balas de borracha, spray de pimenta ou bombas de efeito moral. A Polícia Militar vai apenas acompanhar a Manifestação Reivindicatória de Teresina, protesto marcado para a próxima quinta-feira (20). A garantia foi dada pelo secretário de Segurança do Piauí, Robert Rios Magalhães durante reunião na tarde desta terça-feira (18).
Participaram do encontra na sede da OAB-PI, membros da Ordem, representantes das Polícias Civil e Militar e os organizadores do ato. Foram discutidos e esclarecidos aspectos relacionados à segurança e ao trajeto do protesto.
Fotos: Elias Fontenele/O DIA
O secretário de Segurança assegurou que não haverá confronto entre a polícia e os manifestantes. De acordo com Robert Rios, a polícia não estará munida de bombas de efeito moral, sprays de pimenta ou de qualquer outro artefato. O gestor explicou que a intenção é “frustrar” quem aposta no confronto entre a polícia e os movimentos sociais.
“Vamos usar uma arma chamada de ‘pílula do dia seguinte’. Estão sendo instaladas centenas de câmaras no trajeto da Avenida Frei Serafim que irão monitorar toda a atividade”, contou o secretário. Rios falou ainda da ação do serviço de inteligência da polícia nas redes sociais: “Estamos filtrando tudo o que é publicado na internet e todas as informações que puderem gerar inquéritos serão estudadas e instauradas”, advertiu.

A comissão organizadora do protesto, formada por três estudantes e um advogado, afirma que o movimento em Teresina, que já conta com mais de 15 mil inscritos – segundo levantamento em rede social na internet -, é fruto de uma organização a nível nacional e internacional, de cunho pacífico e apartidário.  “Não estamos seguindo as manifestações das capitais do sudeste. Os atos no Rio de Janeiro, São Paulo , Florianópolis , assim como o de Teresina, fazem parte do mesmo movimento que conta também com a participação conjunta de países como a Ucrânia. Nos organizamos pelas redes sociais, onde foi deliberada a data oficial do ato, marcada para o dia 20 deste mês”, explica o estudante secundarista David Castro.
Ainda de acordo com os organizadores da “Manifestação Reivindicadora”, o movimento não possui líderes e não é ligado a nenhum partido político. “A pauta principal do ato não se
resume
ao aumento das passagens mas à corrupção em geral. Queremos despertar a Nação para o que realmente interessa” esclarece Thiago Tardelli, advogado e organizador da manifestação em Teresina.
Tardelli informou que a comissão organizadora vai “coibir qualquer levante de bandeiras[partidárias]” e que não será autorizado pela organização o uso de carros de som. “Pedimos a ajuda da polícia porque sabemos que há possibilidade de infiltração de pessoas que possam vir a gerar a cisão do movimento durante as decisões, que serão tomadas dentro da manifestação”, solicitou o advogado.
A concentração do evento ocorrerá em frente a um supermercado na Avenida Frei Serafim, Centro da capital. O percurso da marcha, previsto pela organização, deve ser feito em uma das faixas da avenida, a finalização será no Palácio de Karnak, sede do governo estadual. No caso de um maior número de manifestantes, a atividade deve concentrar o público na Praça Pedro II. A organização não prevê um horário para finalizar a atividade.
A liberação da faixa da Avenida Frei Serafim foi sugestão do secretário Robert Rios, com o aval do Ministério Público, que alegou a importância da via para o acesso a hospitais e escolas da região. Robert sugeriu, inicialmente, a mudança do percurso da manifestação para uma avenida mais isolada, o que não foi aceito pelos representantes, que temeram a desarticulação do movimento.
Thiago Tardelli afirmou que esta será a primeira de dez manifestações que o grupo de jovens prevê para os próximos três anos. O advogado prometeu que, em uma posterior edição do protesto em Teresina, o local será repensado. 
De acordo com o presidente da OAB-PI, Willame Guimarães, o estado do Piauí foi inovador na antecipação de mediações entre manifestantes e autoridades policiais. A iniciativa busca a garantia do direito à “livre manifestação e manutenção da ordem, evitando vandalismo e excessos de violência”, justificou o presidente.
Um dos resultados do encontro foi a criação de um gabinete gestor formado por manifestantes, membros da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da OAB e representantes das polícias. O grupo entrará em ação em casos de conflitos e prisões, por exemplo.  
Repórter: Valmir Macedo

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