Manifestação tem cunho pacífico, garantem organizadores
Nada de balas de borracha, spray de
pimenta ou bombas de efeito moral. A Polícia Militar vai apenas
acompanhar a Manifestação Reivindicatória de Teresina, protesto marcado
para a próxima quinta-feira (20). A garantia foi dada pelo secretário de
Segurança do Piauí, Robert Rios Magalhães durante reunião na tarde
desta terça-feira (18).
Participaram do encontra na sede da
OAB-PI, membros da Ordem, representantes das Polícias Civil e Militar e
os organizadores do ato. Foram discutidos e esclarecidos aspectos
relacionados à segurança e ao trajeto do protesto.
Fotos: Elias Fontenele/O DIA
O secretário de Segurança assegurou que
não haverá confronto entre a polícia e os manifestantes. De acordo com
Robert Rios, a polícia não estará munida de bombas de efeito moral,
sprays de pimenta ou de qualquer outro artefato. O gestor explicou que a
intenção é “frustrar” quem aposta no confronto entre a polícia e os
movimentos sociais.
“Vamos usar uma
arma chamada de ‘pílula do dia seguinte’. Estão sendo instaladas
centenas de câmaras no trajeto da Avenida Frei Serafim que irão
monitorar toda a atividade”, contou o secretário. Rios falou ainda da
ação do serviço de inteligência da polícia nas redes sociais: “Estamos
filtrando tudo o que é publicado na internet e todas as informações que
puderem gerar inquéritos serão estudadas e instauradas”, advertiu.

A
comissão organizadora do protesto, formada por três estudantes e um
advogado, afirma que o movimento em Teresina, que já conta com mais de
15 mil inscritos – segundo levantamento em rede social na internet -, é
fruto de uma organização a nível nacional e internacional, de cunho
pacífico e apartidário. “Não estamos seguindo as manifestações das
capitais do sudeste. Os atos no Rio de Janeiro, São Paulo ,
Florianópolis , assim como o de Teresina, fazem parte do mesmo movimento
que conta também com a participação conjunta de países como a Ucrânia.
Nos organizamos pelas redes sociais, onde foi deliberada a data oficial
do ato, marcada para o dia 20 deste mês”, explica o estudante
secundarista David Castro.
Ainda de
acordo com os organizadores da “Manifestação Reivindicadora”, o
movimento não possui líderes e não é ligado a nenhum partido político.
“A pauta principal do ato não se
resume
ao aumento das passagens mas à corrupção em geral. Queremos despertar a
Nação para o que realmente interessa” esclarece Thiago Tardelli,
advogado e organizador da manifestação em Teresina.
Tardelli
informou que a comissão organizadora vai “coibir qualquer levante de
bandeiras[partidárias]” e que não será autorizado pela organização o uso
de carros de som. “Pedimos a ajuda da polícia porque sabemos que há
possibilidade de infiltração de pessoas que possam vir a gerar a cisão
do movimento durante as decisões, que serão tomadas dentro da
manifestação”, solicitou o advogado.
A
concentração do evento ocorrerá em frente a um supermercado na Avenida
Frei Serafim, Centro da capital. O percurso da marcha, previsto pela
organização, deve ser feito em uma das faixas da avenida, a finalização
será no Palácio de Karnak, sede do governo estadual. No caso de um maior
número de manifestantes, a atividade deve concentrar o público na Praça
Pedro II. A organização não prevê um horário para finalizar a
atividade.
A liberação da faixa da
Avenida Frei Serafim foi sugestão do secretário Robert Rios, com o aval
do Ministério Público, que alegou a importância da via para o acesso a
hospitais e escolas da região. Robert sugeriu, inicialmente, a mudança
do percurso da manifestação para uma avenida mais isolada, o que não foi
aceito pelos representantes, que temeram a desarticulação do movimento.
Thiago
Tardelli afirmou que esta será a primeira de dez manifestações que o
grupo de jovens prevê para os próximos três anos. O advogado prometeu
que, em uma posterior edição do protesto em Teresina, o local será
repensado.
De acordo com o
presidente da OAB-PI, Willame Guimarães, o estado do Piauí foi inovador
na antecipação de mediações entre manifestantes e autoridades policiais.
A iniciativa busca a garantia do direito à “livre manifestação e
manutenção da ordem, evitando vandalismo e excessos de violência”,
justificou o presidente.
Um dos
resultados do encontro foi a criação de um gabinete gestor formado por
manifestantes, membros da Comissão de Direitos Humanos e Segurança
Pública da OAB e representantes das polícias. O grupo entrará em ação em
casos de conflitos e prisões, por exemplo.
Repórter: Valmir Macedo
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