
Na quarta-feira (9), o advogado do rapaz, Hugo Bastos, esteve na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) para tomar conhecimento sobre o inquérito. Ele disse que só vai se pronunciar após se interar das denúncias.
Os vídeos onde a jovem aparece fazendo sinal de 'OK' durante ato sexual começaram a circular em um aplicativo de celular no fim da semana passada e virou meme nas redes sociais. O símbolo, inicialmente, virou piada nas redes, com montagens de políticos e celebridades fazendo o sinal. Na sexta-feira (4), ela registrou uma ocorrência na Deam.
A garota teve a identidade, o local de trabalho e até imagens de familiares divulgados na internet. “Ela está muito abatida, em estado depressivo. No início da divulgação fizeram um print da página dela no Facebook em que ela aparece com a filha e está muito triste porque a criança também foi exposta”, diz a delegada.
De acordo com a delegada, o crime é caracterizado como difamação com base na Lei Maria da Penha porque existiu uma relação de afeto entre vítima e autor. Se for condenado, o suspeito pode pegar pena de 3 meses a 1 ano.
Apoio
No entanto, após a repercussão do caso, internautas manifestaram apoio à garota difamada. Imagens de pessoas, sozinhas ou em grupos, fazendo o mesmo sinal de 'OK', com a palavra "força" ganharam as redes sociais.
A polêmica também levantou o debate sobre a necessidade de tornar mais rígidas as leis de crimes cibernéticos. Vice-presidente da Comissão de Direito Digital da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), o advogado Rafael Maciel defende a criação de uma delegacia especializada na investigação de crimes cometidos em ambiente digital.
No ano passado, após fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann vazarem na internet, uma lei foi criada no país com o nome da artista. Mas o especialista explica que a lei não protege casos em que não há invasão de computadores. Para o advogado, a legislação não acompanhou as mudanças da sociedade.
“A maior parte das interações humanas são hoje realizadas em ambientes digitais e o ordenamento jurídico deve proteger os cidadãos de crimes e da propagação de conteúdos difamatórios e caluniosos. Esse tipo de conduta trazem transtornos sérios às vítimas”, argumenta Rafael Maciel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário